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as marcas, a poesia, a palavra.

  • Foto do escritor: Larissa Priscila De Oliveira
    Larissa Priscila De Oliveira
  • 5 de jan.
  • 1 min de leitura

Nem tudo que a vida nos proporciona se torna palavra, frase, história. Às vezes - e principalmente no início - as marcas se instalam no corpo, na pele, nas pontas dos dedos.

Aos nascer, somos apresentados a um mundo que já existe. Somos chamados por um nome que já foi escolhido. Adentramos uma família que já possui seus segredos. Mas, enquanto não revisitamos esse território, tudo fica no escuro. Nessa escuridão que já estava ali antes do "eu" se criar, sabe?

A poesia nos ajuda a acessar um tanto de coisa que ocupa um lugar ainda não pensado da gente. Lendo as estrofes da foto, fico pensando que as bordas que distinguem o que está antes e depois dos nossos dedos não são tão rígidas assim e que parte do processo de olhar pra dentro passa por entender que a escuridão/o desconhecido/o que não é passível de nomear é parte indissociável de se estar na vida. Dentro ou fora da gente.

Que possamos construir travessias/palavras que circundem o que não acessamos em nós, no outro. Que a nossa pele (literal e criada metaforicamente) seja borda - mas também pista de acesso. E que não deixemos de observar também as árvores, os pássaros e as crianças, apesar de. Inventar um modo de nascer sempre e de novo diante do que não se sabe (e que talvez não precise mesmo ser sabido).


Foto: José Luís Peixoto, em A Criança Em Ruínas (2012).

 
 
 

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